quarta-feira, março 24, 2010

Parafraseando.

Drummond, no período entre guerras, escreveu “Poema da Necessidade” que compõe a obra “Sentimento do Mundo”.
Entre as suas prescrições, destacava-se a necessidade de viver com os homens. Sei bem que ele falava da destruição do homem pelo homem com seus fuzis e granadas. Mas que ele, que dorme o sono dos justos desde a década de 80, me permita uma leiga e rasa reflexão.
Em tempos de Orkut, Twiter, MSN e o Escambau. Em tempos de uma vida virtual (vegetal?) não se vive com o corpo inteiro. Nem sempre sentados em posição ergonomicamente correta, devoramos com os olhos e abraçamos com as pontas dos dedos o teclado e o mouse.
A tecnologia que nos informa e nos leva do Alasca ao Japão nos furta o abraço e o toque. Torna mais rara a nossa presença para, in loco, dizer “eu te amo” sem que isso precise constar no meu perfil virtual.
Mas eu também caí na boca do lobo. Eu amo a internet e não posso lutar contra ela que já é parte de mim. Eu só não quero que ela seja um consolo. Meus amigos, minha família, meus casos de amor...eu quero de verdade. Com gosto, cheiro. Sem maquiagem ou trilha musical.
Pronto, Drummond. Eu só queria ratificar que é preciso viver com os homens. Se você estivesse por aqui, certamente lhe enviaria um email para você me ajudar a organizar melhor as palavras. Aliás, não! Faria melhor: iria à Minas para, pessoalmente, lhe mostrar umas coisinhas que tenho escrito. É tudo muito sincero, embora embrionário. Seria uma conversa regada ao cheirinho do pão de queijo que, cordialmente, você me serviria no final da tarde.

3 comentários:

  1. Certamente, você ganharia um padrinho.

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  2. Não, não abro mão da trilha sonora. Se não música, o som dos pássaros ou a busina dos carros. Talvez até a canção do silêncio...

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