"- 'Aposto' - pensou ela - 'que nada mais me acontecerá durante muito tempo, aposto que agora vou entrar no tempo de vacas magras'. Que era em geral seu tempo. Mas nesse mesmo dia aconteceram outras coisas. Todas até dentro dos bens declaráveis. Só que não eram comunicáveis. Essa mulher era, aliás, um pouco silenciosa para si mesma e não se entendia muito bem consigo própria." (Clarice Lispector in "O primeiro beijo e outros contos") Obrigada, Clarice. Resolvi escrever.
segunda-feira, fevereiro 15, 2010
Do Cristo à Graça.
Em condições normais de temperatura e pressão, meus pés não suportariam. Os calcanhares, então...Uau!
Todo o campo Grande. Todo o Corredor da Vitória. Ladeira da Barra? Toda ela. Do porto ao Farol. Do Farol ao Cristo. E só Ele mesmo pra me carregar até a Graça, quase de joelhos.
Mas a magia carnavalesca anestesia. A chuva que lava o percurso renova a nossa esperança de felicidade e passamos a compor uma só multidão de mascarados ainda que as cordas sugiram um apartheid carnavalesco. Um verdadeiro fugere urbem dentro da cidade grande que ficou espremida. Formamos uma nação de loucos e doloridos atrás de um caminhão elétrico.
Mas deixa pra latejar amanhã. Hoje eu quero ver a banda passar.